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O movimento percorreu a Avenida Constantino Nery, Centro de Manaus, e ainda faz um apelo à Saúde, Trabalho, Habitação, Meio Ambiente.
Encontro das Águas, em Manaus. Foto: Ribamar Caboclo
MANAUS – Cerca de mil pessoas participaram do Grito dos Excluídos em Manaus, nesta quarta-feira (7), feriado da Independência. Na capital amazonense, o movimento protestou contra a construção do Porto das Lajes próximo ao Encontro das Águas. Com o tema ‘Pela vida grita a Terra… Por direitos, todos nós!’, a marcha percorreu a Avenida Constantino Nery, Centro de Manaus, e ainda faz um apelo à Saúde, Trabalho, Habitação, Meio Ambiente.
“Os rios são patrimônio nosso e do mundo. Não queremos aceitar a construção de um porto neste local. É uma ameaça à natureza e a população que depende do rio”, disse Moisés Aragão, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e integrante do grupo que luta contra a implantação do Porto das Lajes próximo ao encontro dos rios.
No início de agosto, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) concedeu a licença de instalação de um terminal que será operado pela Lajes Logística (associação da Juma Participações, empresa sediada em Manaus, com a Log-In Logística Intermodal, um dos maiores operadores logísticos do Brasil, que surgiu como subsidiária da Vale e abriu capital em 2007). O investimento estimado é de R$ 200 milhões.
Briga judicial
Em novembro do ano passado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) havia anunciado o tombamento da confluência dos rios em patrimônio natural, o que impediria quaisquer obras nas proximidades.
O projeto Porto das Lajes prevê um terreno de 600 mil metros quadrados (150 mil deles construídos), na região do bairro Colônia Antônio Aleixo. O terminal terá capacidade de receber dois navios de grande porte simultaneamente.
Brasília
Na capital federal, a 17ª edição do Grito dos Excluídos foi às ruas da capital federal por justiça social e garantia de direitos. Os protestos tiveram como alvo os escândalos de corrupção, os megaprojetos na Amazônia, as mudanças no Código Florestal e até as obras para a Copa do Mundo de 2014.
De acordo com o representante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Aparecido Ramos, cerca de 3 mil pessoas participaram do protesto. Os manifestantes se concentraram às 10h em frente à Catedral Metropolitana. O ato foi em conjunto com a Marcha Brasil Contra a Corrupção.
O Grito do Excluídos surgiu em 1995, ligado à Campanha da Fraternidade daquele ano. Criado pelo Setor Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a mobilização ganhou a adesão de outras entidades e movimentos sociais ao longo dos anos.